sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Poemas e Poesias: Para Sempre - Carlos Drummond de Andrade

Há um tempo eu já havia pensado nisso, mas não lembro se já conhecia o texto de Drummond. Instintiva e naturalmente, creio que cheguei também a essa conclusão: que mães deveriam ser criaturas imortais.

Para Sempre
Carlos Drummond de Andrade


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.



Biografia
Carlos Drummond de Andrade (Itabira31 de outubro de 1902 — Rio de Janeiro17 de agosto de 1987) foi um poetacontista e cronista brasileiro.[1]

Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Seus antepassados, tanto do lado materno como paterno, pertencem a famílias de há muito tempo estabelecidas no Brasil [2][3]. Posteriormente, foi estudar em Belo Horizonte, no Colégio Arnaldo, e em Nova Friburgocom os Jesuítas no Colégio Anchieta.[4] Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil.[5]
Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve sua única filha, Maria Julieta Drummond de Andrade.
No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil"[1], feita no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha.[6] Além de poesia, produziu livros infantiscontos e crônicas.



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